Acordei e não te senti, nem do lado esquerdo da cama
nem do lado esquerdo do peito. Procurei-te, olhei em todas as direções, quis te
achar no armário, embaixo da cama e nas roupas que não te pertenciam mas que ficaram
pelo carpete ontem à noite.
Sentei. Na tentativa de organizar os pensamentos,
reavivar mapas cerebrais e recordar onde eu havia te deixado. Por Deus... Será
que eu havia esquecido de te levar?
Refiz meus passos e tentei relembrar o último lugar
onde eu havia te visto, fiz juras a São Longinho e até tentei me perguntar em
que lugar eu me esconderia se fosse você. Foi nesse momento, e apenas nesse
momento, que pude perceber que se eu fosse você estaria em qualquer lugar,
menos aqui.
Olha, meu bem, de repente as coisas começaram a ficar sem sentido e eu fiquei confuso, me perdoa. Me perdoa porque eu não consegui segurar. Me perdoa por ter te deixado remar sozinha, quando eu deveria ter sido seu par. Eu tinha uma sensação de estranheza que nem ao menos sei denominar, coisa da minha cabeça, quisera fosse.
Eu te olhava e achava que não era onde eu deveria estar, eu te via sem te enxergar, eu te amava, mas parecia não poder continuar. Pensei ser crise e resolvi não pensar, mas perdurou por meses a fio e eu não conseguia mais te ver se trancando no banheiro pra chorar.
Foi então que eu te troquei pelo mundo e não percebi que sem você ele seria apenas mais um lugar. Eu deixei meu lar. O lar que fiz em seus braços, aconchegante, meu. Eu desfiz os nós que demos e acabei por me enrolar no meu ego. Talvez essa sensação nostálgica dure até a próxima batida na porta ou até o próximo corpo nessa cama, que não será o seu. E talvez, enquanto isso, eu arque com as consequências disso que criei, e siga, mesmo que a estrada não me leve a você.
Olha, meu bem, de repente as coisas começaram a ficar sem sentido e eu fiquei confuso, me perdoa. Me perdoa porque eu não consegui segurar. Me perdoa por ter te deixado remar sozinha, quando eu deveria ter sido seu par. Eu tinha uma sensação de estranheza que nem ao menos sei denominar, coisa da minha cabeça, quisera fosse.
Eu te olhava e achava que não era onde eu deveria estar, eu te via sem te enxergar, eu te amava, mas parecia não poder continuar. Pensei ser crise e resolvi não pensar, mas perdurou por meses a fio e eu não conseguia mais te ver se trancando no banheiro pra chorar.
Foi então que eu te troquei pelo mundo e não percebi que sem você ele seria apenas mais um lugar. Eu deixei meu lar. O lar que fiz em seus braços, aconchegante, meu. Eu desfiz os nós que demos e acabei por me enrolar no meu ego. Talvez essa sensação nostálgica dure até a próxima batida na porta ou até o próximo corpo nessa cama, que não será o seu. E talvez, enquanto isso, eu arque com as consequências disso que criei, e siga, mesmo que a estrada não me leve a você.
Eu te perdi e nem sei por onde começar a procurar,
quem sabe eu te ache quando eu me achar. É que me escondi, embarquei numa
realidade tão distante de mim que fui me desintegrando em partes,
em vendas fracionadas de mim mesmo. Me desfiz em pedaços tão intrínsecos que
além de me perder, te perdi. Agora estou aqui, num mundo que não me pertence;
assumo, mundo bonito, encantador, mas não é meu. Quem foi que disse que se
perder também é caminho? Ah, quisera Deus que você estivesse aqui pra me
desafogar de mim e me tirar dessa fantasia que criei meio a ilusões compráveis
e descartáveis. Quisera Deus que você voltasse, voltasse pra mim e me devolvesse,
me devolvesse pra mim. E olha, se ,por súbito, você se lembrar, deixe-me migalhas, amor. Migalhas para eu voltar.
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